quinta-feira, 14 de maio de 2009

Da arrogância!


Segundo está no dicionário, arrogância é o mesmo que: altivez, insolência, orgulho, presunção.

Ainda não sei bem o que eu quero escrever a respeito da arrogância, porque ainda não sei se quero condená-la ou defendê-la, pois ainda não tenho claro se é um defeito, um desvio de conduta ou uma qualidade velada.

Acho mesmo que fica no meio do caminho, pois no conceito do dicionário, há dois sinônimos que vejo como qualidade: "altivez" e "orgulho".

Pessoa altiva para mim, confunde-se com pessoa elegante, e orgulho... bom... é legal ter orgulho, não? Presunção e insolência parecem meio condenatórias, mas um humilde não deveria reconhecer tais palavras.

Normalmente o presunçoso reconhece aquele que conseguir ser mais que ele e o considera insolente. Afinal, você nunca ouviu um subordinado chamar o chefe de insolente. Na maioria das vezes, o julgamento acontece no sentido contrário. E lembrem-se: "a corda sempre arrebenta do lado mais fraco". Aí, o insolente, o arrogante passa deste posto para o de humilhado, e o adjetivo que, outrora era "prepotente", passa a ser "coitado". Nesse momento, aquele que subjugou herda o título.

Lógico, há aqueles que são chamados de humildes, que aqui dividiremos em dois grupos: os burros e os hipócritas. Os burros não são humildes, mas sim como o próprio nome diz, são burros, porque servem de capacho aos arrogantes e sempre são explorados e ainda mais, humilhados.

Os hipócritas são aqueles "pseudo humildes". São assim para, sorrateiramente, conquistar espaço. São normalmente muito simpáticos e conquistam a amizade de todos e vão galgando degraus, com um único objetivo: conseguir ser pedante sem que a corda do lado deles.

Tudo bem! Acredito que não consegui nem defender, muito menos condenar a arrogância, e ainda consegui trazer à tona dois novos conceitos que não estavam previstos: o de humilde burro e de humilde hipócrita. Mas constatei algo importante: misture os três conceitos e consiga sobreviver na selva de pedra. Seja humilde burro para que não sejas notado. Seja humilde hipócrita para avançar, e seja verdadeiramente arrogante, porque em alguns momentos, a humildade é para os fracos.

Gleidson Corrêa

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Narciso acha mesmo feio o que não é espelho.

Todos conhecem, ou pelo menos já ouviram falar do mito grego de Narciso, o herói do território de Tespias, Beócia, famoso pela sua beleza e orgulho.
É, aquele mesmo, que morreu afogado por ter se apaixoado pela sua imagem refletida nas águas de um rio.

Tirésias já tinha profetizado que Narciso teria longa vida, desde que jamais contemplasse sua própria figura.

Há várias semanas, por encomenda de uma amiga, venho me deparando com idéias que se confrontam em minha pseudo-intelectualidade (pelas novas regras ortográficas, eu não sei se esse hífen ainda existe, ou ainda se ele já existiu), tentando entender um pouco mais sobre o narcisismo.

O conceito é único - Narcisismo: descreve característica de personalidade de paixão por si mesmo.

E aí a questão é: Paixão por si mesmo ou dificuldade de obter paixão de outrem?

O que consigo enxergar do tal narcisismo é uma necessidade além do normal de auto afirmação, de aceitação. Seria então uma espécie de defesa. Na verdade não uma mera imposição de qualidades, mas sim da tentativa de de esconder defeitos, fraquezas. Até mesmo porque o que nos faz perceber que alguém é ou não narcisista é a necessidade que ela tem de impor o tempo todo suas qualidades, de tentar fazer com que outras pessoas a enxerguem como bela, inteligente, perspicaz, competente. Porém há aí, para mim, um conflito estranho. Porque ninguém enxerga essa qualidades em alguém, simplesmente por sua imposição.

Beleza, seja ela física ou intelectual, simplesmente se enxerga, se percebe. Olhamos para o belo individual e simplesmente o reconhecemos como tal. Digo belo individual porque não acredito, e é certo que não exista, um belo universal. Mais uma vez, o velho ditado está correto: a beleza está nos olhos de quem a vê. E acreditem, os olhos vêem mesmo.

Então, se há atributos, utilize-os, exercite-os e eles serão vistos. Contudo, caso se depare com um narcisista de marca maior, desconfie! Por trás da imposição de tantas qualidades estarão sempre os mais hediondos defeitos.