terça-feira, 31 de março de 2009

Psicopatia

A Psicopatia, também conhecida como Sociopatia, tem sido associada ao protótipo do assassino em série, porém, nem todos os assassinos são psicopatas e nem todos os psicopatas chegam a ser assassino, ou mesmo fisicamente violentos!

Importa desmistificar esta ideia, porque podemos estar a lidar diariamente com um psicopata, sem termos a noção que aquela pessoa está realmente doente e que afinal, todas as intrigas, confusões, desacatos, mentiras e mau-estar causados pelo mesmo, não são apenas fruto de “mau feitio”. Há pessoas que só se apercebem que têm lidado de perto com um psicopata, momentos antes de uma fatalidade lhes acontecer, nomeadamente o seu homicídio.

Embora esta doença seja mais comum no homens, também é possível encontrar mulheres sociopatas.
Os primeiros sinais começam a tornar-se mais evidentes a partir dos 15 anos de idade, embora se possam reconhecer algumas atitudes que apontem neste sentido em idade mais tenra. Eis então os sintomas principais que um psicopata apresenta:

- Ausência de Culpa: Nunca sente arrependimento, nem remorsos. Os outros é que são os culpados de tudo o que acontece de mal e vive com a certeza absoluta que nunca erra, nem errou. Não teme a punição por ter a certeza que tudo o que faz tem um propósito benéfico, (para ele, claro!), embora tenha a noção de que os seus actos são anti-sociais.
Quando é denunciado, recusa a reabilitação ou qualquer tratamento e na impossibilidade de fugir, simula uma mudança de carácter, para mais tarde voltar aos padrões comportamentais que lhe são característicos e até, vingar-se de quem o tentou ajudar!

- Mestres da Mentira: Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num só conceito pelo qual regem o seu mundo. São capazes de contar uma mentira como se estivessem a descrever detalhadamente uma situação real. Não mentem apenas para fugirem de uma situação constrangedora, mas pura e simplesmente porque não sabem viver sem mentir.

- Manipulação e Egoísmo: Não tem a noção de bem comum. Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus objectivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não reconhece a dor que provoca nos outros e por isso, usa as pessoas como peões, objectos que pode pôr e dispor conforme lhe convêm. Manifesta facilidade em lidar com as palavras e convencer as pessoas mais vulneráveis a entrarem no “jogo” dele.
Querem controlar todos os relacionamentos, impedindo que familiares e amigos confraternizem paralelamente, sem a sua presença. Para tal recorrem as esquemas, intrigas e claro, ao seu charme para se fingir amigo.

- Inteligência: O QI costuma ser acima da média. Há casos de psicopatas que conseguem passar por médicos, advogados, professores, etc, sem nunca terem frequentado uma universidade! São peritos no disfarce, excelentes auto-didactas e fazem-no na perfeição.

- Ausência de Afecto: Não são pessoas afectuosas com o próximo e enquanto pais, não são do género de “dar colo” aos filhos. Usam os filhos como “marionetas”, em função dos seus próprios interesses, não respeitando as suas escolhas, quer a nível pessoal, quer profissional! Baseia os seus “métodos educativos” na humilhação e chega a ser totalmente negligente para com os seus.

- Impulsivo: Devido ao défice do superego, não consegue conter os seus impulsos, podendo cometer toda a espécie de crimes, friamente e sem noção de culpa. Costuma fintar até o teste do polígrafo, porque o seu ritmo cardíaco não se altera quando profere mentiras e nem quando comete crimes.

- Isolamento: Gostam de viver sós e quando vivem com outros, querem liderar o grupo, mesmo que para isso destrua uma família inteira.

Existem mais sintomas que denunciam a Psicopatia e, após a leitura deste texto, até pode ser que reconheça alguns destes sinais em familiares seus e pessoas que lhe são próximas.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Tente outra vez!

Há alguns dias venho pensando na criação desse blog.
Várias idéias passaram pela minha cabeça, referentes ao texto inicial, sobre o que eu deveria começar tratando.

Cheguei à uma conclusão, talvez um pouco óbvia, acreditando que deveria começar falando do perdão.

Pra vocês o que é o perdão?

Fui em todas as gavetas do meu intelecto, tentando buscar uma definição para o perdão e... nada! Não havia em meu arquivo mental nada que pudesse conceituar essa palavra tão bonita, mas que eu nem mesmo sabia o que significava.
Já tinha ouvido as pessoas falarem: "Eu te perdôo", "Fulano a traiu, e ela o perdoou". Comecei a me questionar... será que existe o perdão? Então iniciei minhas divagações sobre como deveria ser, para mim, o perdão.

Primeiro de tudo, devemos perceber que não há nada de louvável perdoar o que é perdoável. Uma dívida, um atraso, uma palavra maldosa falada, uma pequena discussão. Já que estas coisas são tão fáceis de se perdoar, o que há de grandioso nisso?

Então percebi que o mais difícil mesmo e o que dá mais valor à palavra perdão é perdoar o que se considera imperdoável. E aí nos surge um novo conceito a ser definido, o de imperdoável.

Nossa, tantas coisas para mim são imperdoáveis! Mas que padrão as define como tal? Realmente acredito que não haja um imperativo categórico que universalize o que é e o que não é imperdoável. Mora aí uma individualidade talvez um pouco perigosa, que provavelmente remeta a culpa não a quem nos magoa, mas sim a nós mesmos.

Já pararam pra pensar nisso? Olhe ao redor, reveja suas mágoas, suas culpas e se pergunte: Quem realmente é culpado disso tudo? E acho que essa pergunta pode ser feita para si próprio em todas as situações adversas, que nos magoam, que nos derrotam.

Fiz-me essa pergunta nos últimos seis meses e percebi que em todas elas, ninguém era o culpado, a não ser eu mesmo.

Talvez seja por isso tão difícil perdoar o que para nós é imperdoável. Porque se formos buscar a genealogia da culpa, descobriremos que ela reside em nós. E se é tão difícil nos identificar como culpados pelas nossas mágoas, provavelmente será difícil encontrar o perdão.

Não sei se consigo me fazer claro. Mas o que eu quero com tudo isso é tentar mostrar o que só agora eu consegui enxergar. Devemos parar de tentar encontrar culpados e condenar as pessoas pelos nossos fracassos. Eles são nossos e de mais ninguém. Ninguém tem culpa a não ser nós mesmos, que nos permitimos, que deixamos que as coisas tomem rumos diferentes do planejado, que não avaliamos a complexidade do livre arbítrio, não enxergamos além de um palmo de nossos narizes e escolhemos aleatoriamente o curso de nossos futuros.

Tudo bem. Detectado o verdadeiro culpado. Como se dá o processo agora? É muito simples, devemos NOS PERDOAR. Sim, nos perdoar pelos erros que NÓS cometemos conosco. Por sermos permissivos em deixar as pessoas nos magoarem, por fazer escolhas aleatórias e o pior de tudo, deixar que escolham por nós.

Então, depois de identificado quem realmente devemos perdoar, qual será o próximo passo? Antes de qualquer coisa, não devemos nos sentir menores e aceitar que perdemos uma batalha. Sim, admitir a derrota. É o passo essencial para que se termine a batalha, para que outra possa se iniciar. O fato de termos perdido hoje, não significa que perderemos sempre. Já que tem-se a idéia de que os erros de hoje são o aprendizado de amanhã.

O velho ditado diz: o que não nos mata, nos fortalece. Então paremos de viver de passado, assumamos a derrota e encerremos a batalha. Não há nada de vergonhoso nisso.

Perdoemos o que de fato é imperdoável. Perdoemo-nos. E iniciemos uma nova caminhada.
O cantor e compositor Paulinho Moska diz: "Vamos começar colocando um ponto final. Pelo menos já é um sinal de que tudo na vida tem fim". e Raul seixas diz: "Levante sua mão sedenta e recomece a andar... Tente outra vez!"

Confuso o texto? Talvez. Mas, é possível resumir tudo em um único parágrafo.
Tudo isso é só pra dizer que estou me perdoando. E que devo recomeçar a partir do último ponto final. E que só assim será possivel tentar outra vez!