sexta-feira, 27 de março de 2009

Tente outra vez!

Há alguns dias venho pensando na criação desse blog.
Várias idéias passaram pela minha cabeça, referentes ao texto inicial, sobre o que eu deveria começar tratando.

Cheguei à uma conclusão, talvez um pouco óbvia, acreditando que deveria começar falando do perdão.

Pra vocês o que é o perdão?

Fui em todas as gavetas do meu intelecto, tentando buscar uma definição para o perdão e... nada! Não havia em meu arquivo mental nada que pudesse conceituar essa palavra tão bonita, mas que eu nem mesmo sabia o que significava.
Já tinha ouvido as pessoas falarem: "Eu te perdôo", "Fulano a traiu, e ela o perdoou". Comecei a me questionar... será que existe o perdão? Então iniciei minhas divagações sobre como deveria ser, para mim, o perdão.

Primeiro de tudo, devemos perceber que não há nada de louvável perdoar o que é perdoável. Uma dívida, um atraso, uma palavra maldosa falada, uma pequena discussão. Já que estas coisas são tão fáceis de se perdoar, o que há de grandioso nisso?

Então percebi que o mais difícil mesmo e o que dá mais valor à palavra perdão é perdoar o que se considera imperdoável. E aí nos surge um novo conceito a ser definido, o de imperdoável.

Nossa, tantas coisas para mim são imperdoáveis! Mas que padrão as define como tal? Realmente acredito que não haja um imperativo categórico que universalize o que é e o que não é imperdoável. Mora aí uma individualidade talvez um pouco perigosa, que provavelmente remeta a culpa não a quem nos magoa, mas sim a nós mesmos.

Já pararam pra pensar nisso? Olhe ao redor, reveja suas mágoas, suas culpas e se pergunte: Quem realmente é culpado disso tudo? E acho que essa pergunta pode ser feita para si próprio em todas as situações adversas, que nos magoam, que nos derrotam.

Fiz-me essa pergunta nos últimos seis meses e percebi que em todas elas, ninguém era o culpado, a não ser eu mesmo.

Talvez seja por isso tão difícil perdoar o que para nós é imperdoável. Porque se formos buscar a genealogia da culpa, descobriremos que ela reside em nós. E se é tão difícil nos identificar como culpados pelas nossas mágoas, provavelmente será difícil encontrar o perdão.

Não sei se consigo me fazer claro. Mas o que eu quero com tudo isso é tentar mostrar o que só agora eu consegui enxergar. Devemos parar de tentar encontrar culpados e condenar as pessoas pelos nossos fracassos. Eles são nossos e de mais ninguém. Ninguém tem culpa a não ser nós mesmos, que nos permitimos, que deixamos que as coisas tomem rumos diferentes do planejado, que não avaliamos a complexidade do livre arbítrio, não enxergamos além de um palmo de nossos narizes e escolhemos aleatoriamente o curso de nossos futuros.

Tudo bem. Detectado o verdadeiro culpado. Como se dá o processo agora? É muito simples, devemos NOS PERDOAR. Sim, nos perdoar pelos erros que NÓS cometemos conosco. Por sermos permissivos em deixar as pessoas nos magoarem, por fazer escolhas aleatórias e o pior de tudo, deixar que escolham por nós.

Então, depois de identificado quem realmente devemos perdoar, qual será o próximo passo? Antes de qualquer coisa, não devemos nos sentir menores e aceitar que perdemos uma batalha. Sim, admitir a derrota. É o passo essencial para que se termine a batalha, para que outra possa se iniciar. O fato de termos perdido hoje, não significa que perderemos sempre. Já que tem-se a idéia de que os erros de hoje são o aprendizado de amanhã.

O velho ditado diz: o que não nos mata, nos fortalece. Então paremos de viver de passado, assumamos a derrota e encerremos a batalha. Não há nada de vergonhoso nisso.

Perdoemos o que de fato é imperdoável. Perdoemo-nos. E iniciemos uma nova caminhada.
O cantor e compositor Paulinho Moska diz: "Vamos começar colocando um ponto final. Pelo menos já é um sinal de que tudo na vida tem fim". e Raul seixas diz: "Levante sua mão sedenta e recomece a andar... Tente outra vez!"

Confuso o texto? Talvez. Mas, é possível resumir tudo em um único parágrafo.
Tudo isso é só pra dizer que estou me perdoando. E que devo recomeçar a partir do último ponto final. E que só assim será possivel tentar outra vez!

2 comentários:

  1. perdoar o imperdoável eh complicado. acredito q soh devemos perdoar alguem (seja nós mesmos ou outrem) se a situação nos incomoda ou nos torna infelizes ou qq coisa do genero.

    reconhecermos, enfim, q a culpa (se eh q ela realmente exista) estah em nós jah eh um grande passo, mas acho q perdoarmos a nos mesmos naum eh tao dificil assim...

    grande post, espero ler mais coisas interessantes por aqui...

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  2. FRIEND!
    Será que sua ficha finalmente caiu? Pelo que li, ela caiu total! E adorei o que li! Vários trechos super maduros, agora espero que não fique só no virtual, na teoria, no texto, né? Que realmente vá para sua prática! Do dia-a-dia-, do cotidiano!
    Esse lance de perdão, no fundo, é meio católico, mas whatever, perdoar a si própria tbm considero ser o primeiro passo de tudo!
    E essa música do Moska é linda! Adoro! =]

    P.S.: Se eu te encontrar choroso ou com ódio no MSN nos próximos dias, semanas, meses, eu te esgano! ashuashuashua

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